A beleza da morte

foto @made_of_love

   A beleza da morte está em morrer, desfazer-se, multiplicar-se em diversas coisas e renascer parte de outros seres.

   A própria biologia torna a nós, como diria Augusto dos Anjos, filhos do carbono e do nitrogênio, seres eternos... Nós somos toda a história do mundo...Já fomos árvores, terra, pássaros, bactérias... somos o cocktail das mesmas substâncias dançantes desde a origem desse mundo que hoje se solidificaram em humanos, animais, plantas e outros... amanhã devolveremos à terra o que ela nos emprestou e nos tornaremos tudo mais que brotar dela... seremos parte de tudo e todos que habitarem aqui.

   Nós fomos e seremos do reino animal, vegetal, mineral, funghi, monera e protista... a matemática perfeita de o que, como, quando e onde que transmuta a nossa existência em algo universal até para aqueles que não crêem em Deus.
 

  Nós somos a história da Terra, atuando agora na raça mais dominante...o que você vai fazer por ela antes de morrer define como a nossa trajetória continuará... você quer renascer num mundo poluído, explorado e profanado pelo egoísmo humano...ou em um mundo cada vez melhor, mais justo, cheio de flores, cores e amor?

  Eu quero nascer lindas flores, peixes, grama, terra, ar... quero nascer algodão para roupas, corais, botos e árvores que viverão séculos. ..

  A  beleza da morte é saber que você foi de tudo... e de tudo novamente será. Todos nós começamos antes de nascer, sem saber... e continuaremos para muito além do que podemos imaginar.

Maria Fernanda Balazs