Sobre a Morte

- Eu senti subitamente uma saudades dela, parei de fazer os exercícios na academia e liguei. Minha tia ficou super feliz de conversar comigo e, quando meus créditos acabaram, ela me ligou e continuamos alegremente.
  No dia seguinte, ela morreu subitamente de infarto na casa dela. O processo foi atordoante, eu vi seu espírito desesperado no hospital ao lado do meu primo ( ele também a viu). Mentores foram atrás dela e eu mandei uma energia branca à qual estava embutida em mim desde manhã.
  Eu a vi solitária em uma praia com o céu nebuloso. Me vi atrás das nuvens junto aos anjos, mandando energia branca. Com o tempo, Erice de Cássia Winkler, ela, parou de caminhar e olhou para cima. As nuvens se abriam em um portal de tórrida luz divina. Aos poucos, ela entregou-se e subiu.-
                 
    Depois de SVO, velório, enterro e missa de sétimo dia que, na realidade, foi à dois dias atrás, somente hoje, realmente após sete dias contados de sua ida, pude compreender o ocorrido.

   
    Eu não estava abrindo minha mente, pois tentava entender sua morte, sem pensar na sua vida e, logo em seguida, por pensar em morte e vida sem lembrar do ciclo como um todo. Eu também tinha um medo escondido de perder o seu ego pelas memórias, quando, na verdade, este já havia sumido e o que eu precisava exaltar era seu espírito e buscar a sua universalidade.
     Quando ficamos presos à memória, à individualidade de uma pessoa que partiu, nós sofremos por muito tempo por não compreendermos o porquê dela ter ido. A verdade é que, a morte em cada pessoa nos ensina a mesma coisa, pois seu ensinamento é profundo e elevado ao nível da Fonte, visto que, perante a esta, somos todos iguais. Ela nos ensina que a vida é efêmera. Ensina que, por sua efemeridade, a vida nos aproxima da eternidade. Ela é só um ponto da nossa existência, não mais e não menos importante do que todos os outros pontos que começaram e terminaram em um mesmo fio infinito.
     O fio não acaba aonde presenciamos seu ponto, ele continua para muito além de nós, sempre na direção de onde todos nós nos encontraremos e fundiremos. Saindo e voltando para a Unidade.
       A existência é uma soma zero. Nela, as coisas são tiradas de um lado e repostas de outro igualmente, por isso, não há porque chorar. Os espíritos seguirão seus caminhos sempre à luz de Deus e nada está errado. Tudo o que deve ser aproveitado de um ser sempre estará conosco e tudo o que nos deve ser aproveitado sempre estará com eles também - a saudade perde o sentido.
       É com isso que eu cedo. Cedo o apego à minha tia e cedo sua identidade aos registros de Deus, deixando-os se diluírem de dentro de mim. Eu cedo à sua essência eterna e digo: Eu amo o que ela foi igualmente ao que ela é agora e ao que ela se tornará. Sem remorso, sem peso, sem saudade, eu a amo como parte do Deus que habita em mim ... e em cada um de nós.
   
   Maria Fernanda B.

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